sexta-feira, 30 de julho de 2010

UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA

Quando se fala em história da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil logo vem à lembrança a data do “31 de Julho”. Isso é mais do que natural face à importância da data do nascimento de nossa querida Igreja. Os nomes de Eduardo Carlos Pereira, Othoniel Mota, Vicente Themudo Lessa, Alfredo Borges Teixeira, dentre outros, estão fortemente presentes na lembrança e na memória de Igreja Independente.

FUNDADORES

Na noite de 31 de julho de 1903, um grupo de 7 pastores e 11 presbíteros deixou a reunião do Sínodo (da então Igreja Presbiteriana do Brasil), liderados pelo Rev. Eduardo Carlos Pereira, para fundar a “EGREJA PRESBYTERIANA INDEPENDENTE BRAZILEIRA”, segundo a ortografia da época. No dia seguinte, 1 de agosto, organizaram-na oficialmente em “Presbitério Independente”. Outros quatro presbíteros foram arrolados entre os fundadores da Igreja (ficaram conhecidos como “fundadores do dia seguinte”). Os pastores fundadores eram:

· Alfredo Borges Teixeira
· Bento Ferraz
· Caetano Nogueira Júnior
· Eduardo Carlos Pereira
· Ernesto Luiz de Oliveira
· Othoniel Motta
· Vicente Themudo Lessa

A LIDERANÇA DE EDUARDO CARLOS PEREIRA

Eduardo Carlos Pereira nasceu em 1855. Em 1875 fez sua pública profissão de fé, na Igreja Presbiteriana de São Paulo, perante o Rev. G. Chamberlain. Cinco anos depois, iniciou sua carreira ministerial na cidade de Campanha, estado de Minas Gerais. Em 1884, juntamente com Remígio Cerqueira Leite, fundou a Sociedade Brasileira de Tratados Evangélicos, visando a publicação de opúsculos para evangelização e disseminação do protestantismo. Nessa Sociedade já estava, em embrião, tudo aquilo que Eduardo Carlos Pereira representaria para o presbiterianismo brasileiro. Algumas características dessa Sociedade eram:

· Recursos nacionais - Seria sustentada por recursos financeiros oriundos do Brasil;
· Cooperação interdenominacional - Teria espírito de cooperação com outras denominações brasileiras, evitando publicar textos sobre temas e assuntos de controvérsia entre elas;
· Autores brasileiros - Publicaria trabalhos escritos por autores nacionais;
· Temas relevantes - Preocupar-se-ia com temas de relevância na realidade nacional.

CONTEXTO

Os missionários e as igrejas dos Estados Unidos deveriam ter percebido esse movimento inicial e deveriam também passar a atuar no sentido de emanciparem a Igreja Presbiteriana que aqui organizaram, mas não foi isso que veio a acontecer.

Na base de tudo estava um problema muito sério: o da preparação dos pastores para a Igreja Presbiteriana no Brasil. Desde a organização do Sínodo, em 1888, a questão que dividia a Igreja era a da criação de um Seminário Teológico. Os missionários do Norte dos EUA queriam-no em São Paulo, onde já possuíam uma escola (a atual Universidade Presbiteriana Mackenzie). Os missionários do Sul dos EUA queriam-no em Campinas, onde também já tinham uma escola. A conseqüência dessa divergência era que não se instalava, de fato, um seminário presbiteriano no Brasil.

O Rev. Eduardo Carlos Pereira e sua igreja envolveram-se diretamente na questão. Afligia-os o fato de não existir uma preparação adequada para os pastores da Igreja. Foi em meio a essa situação que, a partir de 1898, surgiu mais um problema: a questão maçônica. A origem da questão maçônica se deu através dos artigos de Nicolau Soares do Couto Esher, publicados em “O ESTANDARTE”, procurando demonstrar a incompatibilidade entre a maçonaria e a fé cristã. O assunto era polêmico. Vários pastores e missionários pertenciam à maçonaria.

CRESCIMENTO INICIAL

A IPIB nasceu pequena. No entanto, o fervor inicial, que era muito grande, propiciou à Igreja um crescimento muito expressivo. Em pouco mais de dez anos, a nova Igreja quase alcançou o mesmo número de membros da Igreja Presbiteriana, da qual saíra em 1903. Era tão impressionante esse crescimento e tão significativo esse fervor que a IPIB ganhou um carinhoso apelido: “Igrejinha dos milagres”! Os estudiosos sugerem que três razões colaboraram, e em muito, para esse crescimento inicial dos presbiterianos independentes:

1. A pregação anti-maçônica - ainda inflamados com o tema que determinou o nascimento da IPIB, conquistaram muitos simpatizantes com essa pregação, que afirmava a pureza doutrinária da Igreja de Cristo;

2. O deslocamento de crentes para outras regiões do país - no início do século XX muitas famílias mudaram-se para novas regiões de povoamento, particularmente em partes do Estado de São Paulo, Minas e Paraná. Isso levava a mensagem evangélica junto com as famílias migrantes;

3. A evangelização propriamente dita - sem dúvida, diante da necessidade do anúncio do evangelho, os primeiros presbiterianos independentes eram muito fervorosos, trazendo muitas pessoas, em especial parentes e vizinhos.
A ABERTURA NOS ANOS 80

No princípio dos anos 80 do século passado a nossa Igreja carecia de uma modernização. O Brasil saía de um período difícil de sua história, marcado pelo autoritarismo, pela perseguição às idéias diferentes e pela falta de liberdade. Iniciou-se uma abertura política. A IPIB acabou acompanhando essa tendência, iniciando na mesma época um processo de abertura ministerial e pastoral. Esse processo constituiu-se em grande bênção para todo o arraial presbiteriano independente! Liderada pelo Rev. Abival Pires da Silveira (que foi presidente do Supremo Concílio, atual Assembléia Geral, por três vezes), a IPIB deu saltos de qualidade e de serviço no Reino de Deus:

· Passou de um para três seminários teológicos;
· Deu real impulso à obra missionária, planejando-a e executando-a através do ministério da Secretaria de Missões;
· Desafiou a Igreja a agir com maior espírito diaconal, propondo a todas as igrejas locais que tivessem seu próprio projeto social (anteriormente só havia Bethel - Lar da Igreja, em Sorocaba, SP);

quinta-feira, 29 de julho de 2010

CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO A PARTIR DA REFORMA


A Reforma Protestante situa-se na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, o movimento resulta em novas possibilidades, tensões, e contradições da época. Podemos dizer que as grandes mudanças que houveram a partir dessa época foram: a invenção da imprensa, as viagens de comércio e conquista, o processo de modernização, o desenvolvimento científico, às rápidas mudanças sociais, e ainda, o pluralismo cultural e religioso que está tão presente em nosso tempo.


1. As contribuições de Lutero


A educação na Reforma teve um caráter popular, os reformadores se preocupavam com a educação do povo, e para os reformadores a educação tinha um lugar de primazia. Lutero por exemplo valorizava muito a educação, porém interpretava o mundo em que vivia com uma linguagem do seu próprio tempo. Ele vê a ignorância de seu povo e a interpreta como vontade do diabo.

“Ele “o príncipe e deus deste mundo” se agrada com a negligência dos pais com a educação dos filhos, bem como o prejuízo que os mosteiros causam à juventude com uma educação que reforça o cativeiro em que, segundo ele, se encontra a igreja[1]”.

Lutero além de entender que há o dever dos pais em educar os filhos, ele também entendia que esse dever é das autoridades quando diz:

“O progresso da cidade não depende apenas do ajuntamento de grandes tesouros, da construção de grandes muros, de casas bonitas, de muitos canhões e da construção de muitas armas. Inclusive, onde há muitas coisas desse tipo e aparecem alguns loucos, o prejuízo é tanto pior e maior para aquela cidade. Muito antes, o melhor e mais rico progresso para uma cidade é quando ela tem muitas pessoas instruídas, muitos cidadãos sensatos, honestos e bem educados” [2].

Para Lutero havia alguns motivos que deveriam levar as autoridades a construírem escolas. O primeiro era que a construção de escolas seria algo insuportável ao reino do mal, pois Lutero acreditava que a aprendizagem da palavra de Deus desarma as redes e as armadilhas do diabo para prender o povo, pois para ele as armadilhas do diabo para prender o povo na ignorância era o primeiro motivo.

O segundo motivo é chamado de kairós, de tempo bem-aventurado que Lutero reconhece: Poi, dizia que o todo poderoso Deus havia visitado misericordiosamente, instituindo um verdadeiro ano jubileu, Lutero valoriza aquele momento, como um momento novo que não podia ser desperdiçado, pois seria como receber a graça de Deus em vão .
O terceiro motivo para que sejam criadas novas escolas era o próprio mandamento de Deus que exige que os pais ensinem seus filhos, como já dissemos antes, pois para Lutero o principal motivo de vida das pessoas mais velhas seria ensinar os mais novos. Ele acreditava que o maior pecado que se podia cometer era não ensinar as crianças.

"Na verdade é pecado e vergonha, temos que encorajar e ser encorajados a educar nossos filhos e a juventude e buscarmos o melhor para eles. A própria natureza deveria nos convencer disso. Também o exemplo dos pagãos nos deveria encorajar em vários sentidos. Não existe animal irracional que não cuide de seus filhotes e não lhe ensine aquilo que é bom para eles. De que adiantaria se tivéssemos e fossemos todos santos mas deixássemos de fazer aquilo que é a razão principal de nossa existência: a educação da juventude? Em minha opinião, nenhum pecado exterior pesa tanto sobre o mundo perante Deus, nenhum pecado merece castigo maior do que aquele que cometemos contra as crianças, quando não a educamos[3]”.

Apesar disso Lutero entende que a responsabilidade maior é das autoridades, que não pode se restringir em apenas criar escolas, mas para Lutero a responsabilidade das autoridades era em criar também bibliotecas em todos os lugares, pois de nada adiantaria saber ler se não houvesse livros disponíveis[4].

A época em que Lutero vivia era considerada o inicio do capitalismo mercantilista. Para ele o momento é uma nova oportunidade para investir na educação, era algo primordial, pois garantiria o futuro de uma sociedade, se houvesse escolas, haveriam também médicos, pastores, professores, juristas, e outros profissionais necessários na sociedade.
Portanto, vemos como Lutero acreditava na educação e como a Reforma serviu de grandes benefícios para a educação, mas, além disso, Lutero se preocupou também com a educação cristã da igreja, levando a Bíblia para as mãos do povo em sua época.

A tradução da Bíblia para o alemão foi um grande salto da reforma, pois até então só havia traduções feitas a partir de outras traduções como a da Vulgata, feita em grande parte por Jerônimo no século quarto da nossa era, porém a tradução de Lutero tem duas grandes diferenças: A primeira é que Lutero se baseia nas línguas originais, ou seja, o Novo Testamento em grego, e o Antigo Testamento em hebraico. A segunda diferença é que Lutero se preocupa com povo, ao contrário das traduções anteriores, que eram traduções com um estilo rude e quase incompreensível a cada um, a tradução de Lutero é uma tradução hábil, em conformidade com as leis da gramática e do estilo da língua alemã, ou seja, ele queria dar ao povo uma Bíblia que eles pudessem manuseá-la e que fosse compreensível a todos.


Podemos dizer então que Lutero deu a Bíblia para o povo, apesar de não ser todas as pessoas que podiam ter uma, pois eram caras, os livros eram todos caros na época, mesmo assim a Bíblia na tradução de Lutero foi lida por muitos, devido as tipografias que haviam na época que imprimiam a tradução sem ter a licença do tradutor. Foram 5 mil exemplares do Novo Testamento publicado em setembro de 1522, vendidos em três meses, de modo que já em dezembro publicou uma nova tradução. E o mesmo se deu com a Bíblia inteira cuja as edições se esgotavam.

Todo esse movimento que a reforma proporcionou nessa época, fez com que os Estados alemães dessem mais atenção a educação. O sistema educacional, implantado a partir da segunda metade do século XVI previa a instalação de escolas elementares vernáculas em todas as aldeias, com ensino de leitura, escrita, religião e música sacra.

2. As contribuições de Calvino
Assim como Lutero na Alemanha, Calvino em Genebra também foi um reformador que teve grande preocupação com a educação, se preocupou com a catequização das crianças, que para ele as crianças deveriam entender a Palavra de Deus.

Em Genebra em 1541 Calvino se empenhou no fortalecimento das escolas já existentes, e na construção de uma faculdade com intenção de preparar jovens tanto para o ministério como também para o governo civil. Porém uma das prioridades de Calvino era a catequização de jovens. “Creia-me, meu senhor, ele escrevendo a Somerset, “a Igreja de Deus nunca irá preservar-se sem uma prática de catequização”. “O verdadeiro Cristianismo” deve ser ensinado numa certa forma escrita”. Como resultado dessa sua convicção, Calvino escreve seu primeiro catecismo para Genebra em 1545 [5].

Na faculdade que Calvino sonhava, e lutou para construir, ensinava-se Teologia, Hebraico, Grego, Poesia, Dialética e Retórica, Física e Matemática. E sua abertura, a Academia tinha seiscentos alunos, depois o numero aumentou para novecentos, os alunos vinham de toda Europa para estudar.

Para Calvino o estudo das Humanidades tinha tanto o poder de preparar ministros, como enriquecer a vida de Genebra como uma cidade e, assim promover o governo civil.

3. Escola dominical, uma contribuição para a educação religiosa, pós-Reforma.

A educação passou a ter um grande valor na vida de muitos protestantes, em todo o mundo. Um grande exemplo disso é a vida de um homem que se compadeceu das crianças de sua cidade, crianças que ficavam praticamente abandonadas nas ruas de Gloucester, cidade localizada no sul da Inglaterra. O jornalista episcopal Robert Raikes não conseguiu ficar alheio a esses problemas, pois crianças e jovens perambulavam pelas ruas de Gloucester, viciando-se e roubando. Raikers saiu então a convidar esses jovens, e crianças a se reunir todos os domingos para aprender a palavra de Deus, além do ensino religioso, Raikes ensinava também várias matérias seculares como: Matemática, história, e a língua inglesa. Porém não demorou muito para chegar os problemas, a oposição o acusaram de estar quebrando o domingo (O Dia do Senhor), porém Raikes não se intimidou, mas continuou seu trabalho, que havia começado em 1780, e três anos mais tarde, Raikes começou a divulgar os resultados de seu trabalho. No dia 3 de novembro de 1783, Raikes publica em seu jornal, aquilo que Deus havia feito na vida daqueles jovens de Gloscester através de seu trabalho. E até hoje, esse dia é reconhecido como o dia da fundação da escola dominical.

4. O Presbiterianismo, e suas contribuições na educação.

No Brasil a educação sempre fez parte dos projetos presbiterianos, no inicio havia um lema, “ao lado de cada igreja uma escola”. De acordo com os historiadores, os presbiterianos foram os que mais investiram em escolas, as chamadas: “escolas paroquiais”, acredita-se que é fato ocorria porque eles sempre ocupavam as regiões onde nenhum tipo de educação havia chego. Muitas vezes o próprio pastor com sua família também faziam o papel de professores. Essas escolas paroquiais nunca foram questionadas, porque estavam de acordo com a visão missionária, razão porque o protestantismo não cresce em grupos de escolaridade baixa, pelo menos o conhecimento bíblico era essencial[6].

A educação era tão valorizada entre os presbiterianos que o pastor, quando ia batizar uma criança perguntava aos pais: “Vocês prometem dar-lhe educação quando puderem, e fazer com que aprenda a ler as Escrituras Sagradas?” A resposta era: “prometemos”[7]. (Manual do Culto da IPI do Brasil)

Os presbiterianos prestaram um grande serviço para Reino de Deus, e para o Brasil, pois a rede pública naquela época não tinha condições de dar auxilio escolar nos lugares mais afastados. Dessa forma nós podemos perceber o quanto à igreja presbiteriana colaborou para a educação em nosso país. Até hoje temos escolas e faculdades presbiterianas como um dos resultados do trabalho prestados pelos primeiros presbiterianos que vieram para o Brasil.

CONCLUSÃO

Podemos perceber que as grandes contribuições que Reforma proporcionou para o desenvolvimento da educação, vimos o valor da educação na vida de homens como Lutero, Calvino, Raikes, e outros, que deram a suas vidas em prol do ensino na igreja e na sociedade.
Através das vidas desses homens somos desfiados a se movimentar diante de tão grande descaso com a educação que está tão presente em nossos dias, não só nas igrejas, mais também nas escolas públicas em todo o país. O que podemos fazer como igreja?

Essa reflexão será de extrema importância para que possamos, assim como esses homens que no passado que lutaram pela educação, possamos também lutar e dar nossa contribuição para que a educação em nosso país possa ser melhor.

[1] Danilo R. STRECK, Estudos da Religião, p. 34.
[2] Martim LUTERO, Lutero para hoje (Educação e Reforma) p. 19.
[3] Martim LUTERO, Lutero para hoje (Educação e Reforma) p. 16.
[4] Danilo R. STRECK, Estudos da Religião, p. 35.
[5] Ronald WALLACE, Caloino, Genebra e a Reforma, p. 87.
[6] Estandarte, Comemoração do Centenário da I.P.I do Brasil, p. 26-27.
[7] Estandarte, Comemoração do Centenário da I.P.I do Brasil, p. 26-27.

OUÇAM, APRENDAM E TEMAM AO SENHOR!


TEXTO: DEUTERONÔMIO 31: 9-13

INTRODUÇÃO

O livro de deuteronômio se trata das últimas palavras que o grande líder e pastor Moisés trás para o povo de Israel, povo este, que saiu do Egito e que estava caminhando em direção há uma nova terra que Deus havia prometido.

Nos versículos anteriores, Moisés dá algumas orientações ao seu sucessor Josué. Nesse momento eles já estavam perto da terra prometida por Deus, mas ainda não haviam entrado nela.

E no texto em questão podemos notar uma certa preocupação por parte de Moisés. Moisés entrega a Lei em forma escrita aos sacerdotes e anciões e ordena que fosse lida a cada sete anos e isso deveria ser feito solenemente, em público, no ano da remissão e na Festa dos Tabernáculos, quando todo o povo se colocava diante do Senhor!

O ano que era chamado “da remissão” era também chamado de ano sabático, o ano do descanso, a terra que foi usada para o cultivo durante seis anos, no sétimo ela descansava, os endividados também eram perdoados, por isso era o ano da remissão!

A Festa dos Tabernáculos que também era chamada de festa das cabanas/tendas seria feita para lembrar o povo dos quarenta anos no deserto onde se morava em cabanas, (era também chamada de F. das colheitas por que se coincidia com a estação das colheitas que era feita no outono).

Mas o que devemos compreender é que o momento escolhido era estratégico, pois a festa era importante para o povo, todos estariam reunidos juntos. Por isso, Moisés dá ordem para que a Lei fosse lida nesse momento!
Moisés estava preocupado com o futuro do povo, as novas gerações precisavam conhecer a Lei de Deus, e era preciso lembrá-los da Lei de Deus a cada sete anos, para que assim os pais ensinassem seus filhos!

O v. 12 nos diz: Ajuntai o povo, os homens, as mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, para que ouçam, e aprendam, e temam o Senhor vosso Deus, e cuidem de cumprir todas as palavras dessa lei.

A Lei precisava ser lida para que eles ouvissem, aprendessem, temessem o Senhor!

É sobre essas três palavras que vamos refletir. São três verbos, o 1º vem do verbo ouvir (ouçam), o segundo vem do verbo aprender (aprendam) e o terceiro vem de temer (Temam o Senhor)

I – OUÇAM

Moisés disse que a Lei do Senhor deveria ser lida para que o povo pudesse ouvir. E ouvir a Lei era o mesmo que ouvir a voz de Deus! E Moisés estava preocupado com isso, o povo precisava ouvir Deus falar!

Assim também o que nós precisamos hoje é nada mais e nada menos do que ouvir é a voz Senhor! O que precisamos como igreja é unicamente ouvir a voz de Deus! E mais nada!
E nós ouvimos a voz de Deus quando a escritura é lida e pregada com seriedade e debaixo de muita oração e santificação!
Moisés sabia que o povo de Israel precisava ouvir voz de Deus, para que eles não se corrompessem! Para que as novas gerações não se perdessem!

Para que eles não desviassem os olhos do Senhor para os ídolos! (A história comprova que quando o povo não houve a palavra, ele constrói ídolos para si).

Quando o povo de Deus não houve a palavra, ele se corrompe, ele se autodestrói!
Provérbios 29:18 - Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.

A profecia de Pv 29:18 é a palavra de Deus, é a lei de Deus! E é justamente por falta da profecia, ou seja, da palavra de Deus que há tanta corrupção espiritual, destruição e divisão na igreja de Cristo! Tantos cristãos dando um testemunho terrível!

O Salmista disse: Escondi a tua palavra em meu coração para não pecar contra ti!
Não precisamos de fabulas e palavras que nos emocionam! Há muitos espíritos mentirosos que falam em nome de Deus e devemos estar atentos, pois o que precisamos é UNICAMENTE OUVIR A PALAVRA DE DEUS E GUARDA-LÁ NO CORAÇÃO!

II – APRENDAM

A segundo coisa que Moisés disse é que o povo precisava ouvir a palavra para que pudessem aprender. Ouçam e aprendam disse o profeta!

Quando nós ouvimos a palavra, nós passamos a aprender a vontade de Deus.E quando nós aprendemos, ninguém nos ilude! É por isso que Jesus disse em João 8:32 - E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.

Que verdade é essa? Essa verdade é Cristo (Jo 14:16) que é revelado através do ensino da escritura. Por isso, quem está em Cristo e conhece vontade de Cristo não será aprisionado por nada e por ninguém!

Quando estamos em Cristo e a sua palavra está em nós, somos livres! João 8:36 - Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.

Quando aprendemos a vontade de Deus expressa nas escrituras somos livres de toda mentira, de todo engano, de toda falsa profecia e de toda idolatria! Quando faltava a palavra o povo construía ídolos, e não diferente hoje, há muitos que estão idolatrando pessoas e coisas por falta de conhecimento. E há muitas pessoas que não sabem tomar as decisões mais simples da vida, sozinhos! Porque falta aprender a vontade de Deus!

Aquilo que Deus quer para sua vida é aprendido pelas escrituras. E quando nós aprendemos a vontade de Deus e colocamos em prática os erros em nossas vidas se tornarão menores!
Por isso, aquilo que você tem aprendido, guarde no seu coração e coloque em prática e a sua vida ficará melhor!

III – TEMAM
A terceira coisa que Moisés disse é que a Lei do Senhor deveria ser lida e aprendida para que o povo pudesse temer.

Vamos recapitular: A lei precisava ser lida para que eles pudessem ouvir, aprender e temer!

Ouçam, aprendam, e temam!

Quando nós ouvimos, nós aprendemos, e quando aprendemos (com um coração aberto, submisso ao Senhor), esse aprendizado gera em nós Temor!

Temer na Bíblia não é ter medo, pois Deus não quer que obedeçamos a Ele por medo. Temor na Bíblia é um “sentimento de total respeito e reverencia a Deus”!

Nesse sentido, quem teme a Deus o respeita, respeita a sua palavra, respeita a sua vontade e se submete a ela. E esse temor leva-nos a obediência!

Quem teme a Deus obedece!

Ex: Jó - Jó 1:1; Noé - Hb 11:7; Cornélio - Atos 10:22; Lídia – Atos 16:14; Tício - Atos 18:7.

O temor é gerado em nós pela pregação da palavra e pelo poder do Espírito Santo, pois ele veio para nos convencer da nossa condição de pecadores (Jo 16:8).

Quando andamos no temor, andamos no Espírito e glorificamos a Deus com o nosso estilo de vida!

CONCLUSÃO:

Que Deus nos abençoe e que estejamos abertos para ouvir a palavra de Deus e ansiosos para aprender mais a cada dia, colocando em prática e assim caminhando livre do engano e da mentira que quer nos escravizar!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A FAMÍLIA EM EQUILIBRIO


Tenho notado que, a cada dia, a mídia tem imposto sobre nós a idéia de que a família (homem – mulher – filhos) é algo ultrapassado, e de certa forma essa idéia diabólica tem encontrado espaço no coração de muitas pessoas, até mesmo cristãs, e como consequência, temos hoje um grande número de famílias destruídas. O mundo que Jesus disse que jaz no maligno (1 Jo 5:19) está cada vez mais encurralando as famílias cristãs e todo o povo de Deus.

A Bíblia nos mostra que todas as coisas foram criadas por Deus, tudo Ele criou de forma bem ajustada, em todo o universo. A ciência já provou que a terra vive em perfeito equilíbrio. Da mesma forma, a família também foi um projeto de Deus para viver bem ajustada, em harmonia. Após ter criado o homem, Deus criou também a mulher para que não ficasse sozinho, a mulher veio para completar o homem, para estar ao seu lado em todo tempo, vivendo em total equilíbrio, como se fosse a outra metade (Gn 2:18). Depois que Deus criou todas as coisas, viu que tudo era bom! (Gn 1:31). Deus ficou muito feliz com toda a sua criação e com seu maior projeto: a família.

Mas a história continua, e nós a conhecemos muito bem. O homem e a mulher são seduzidos pelo tentador, e o pecado entra no mundo, a partir daí, a família não teve mais sossego! Até hoje, como já temos percebido, a família tem sido bombardeada de todos os lados. Os filhos, que são presentes de Deus, transformando-se em inimigos dos próprios pais. A esposa, criada para ser auxiliadora, companheira, tornando-se competidora. O esposo, que deveria ser o cabeça, tem abdicado a sua responsabilidade.
Então questionamos: E agora, onde está a salvação para a família? A salvação para a família se encontra unicamente na maravilhosa pessoa de Jesus Cristo, o “Cordeiro que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Ele é o único que pode mudar as nossas vidas, casamentos, e toda a nossa família. A Bíblia diz, em Atos 16:31 – “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”.

Nossas famílias serão salvas se submetermos nossas vidas ao Senhorio de Jesus Cristo, ou seja, se nos entregarmos realmente a Ele, pois Ele nos criou e criou também esse lindo projeto. Só Ele sabe como fazer isso, a presença Dele trará o equilíbrio que a família precisa. A Bíblia nos mostra Jesus fazendo seu primeiro milagre numa festa de casamento, “transformando a água em vinho”, trazendo alegria para aquele casal e para todos os convidados. Ele ainda continua trazendo alegria e restaurando o amor em muitos casais que se submetem a sua palavra.

Assim também em Malaquias 4:6 – nos diz: “Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais, para que eu não venha a ferir a terra com maldição”. O mesmo Senhor que restaura o amor e a alegria de um casal, também converterá o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, de forma que toda a família seja envolvida pelo seu amor.

Que Deus abençoe as nossas famílias!
Rev. Marcio Oliari

DEUS NOS DARÁ UM NOVO CORPO!

Quando olho para a natureza e tudo que Deus criou, eu fico maravilhado! A variedade de animais, plantas e insetos presente em todo planeta são incontáveis, e podemos aprender algo com cada um deles. É como se Deus falasse através de sua criação! Para mim, um dos mais fascinantes insetos é a borboleta, fico admirado pela riqueza de variedades e pela sua beleza, alguns dias atrás li uma notícia na internet que falava de nove voluntários ingleses, espanhóis e poloneses que aproveitariam suas férias para trabalhar no Parque Natural do Alvão (PNA), na cidade de Vila Real em Portugal, ajudando na conservação de uma espécie de borboleta chamada “lepidóptero Maculinea alcon” que vulgarmente é conhecida como “borboleta azul”, uma espécie ameaçada que possui colónias nesse parque. Nunca vi uma de perto, mas a curiosidade foi tanta que procurei imagens dela na internet e encontrei, e pude constatar a sua impressionante beleza!

Mas o que me chama mais atenção nas borboletas é saber que um pouco antes delas serem borboletas eram apenas estranhos casulos, sem nenhuma beleza, não havia nada que nos chamasse a atenção! Mas, de repente... de um estranho casulo para uma linda borboleta! Só o poder de Deus para fazer isso!

Essa metamorfose me faz lembrar da ressurreição dos mortos. O mesmo Deus que transformou o casulo em borboleta, pelo seu poder ressuscitou Jesus Cristo dos mortos (AT 5:30). E um dia ressuscitará todos os que creem no seu Filho, e esses receberão um novo corpo, semelhante ao do Filho de Deus.

Do mesmo modo, que o estranho casulo se torna numa linda borboleta, nós que cremos nos Senhor, nos tornaremos lindos como Ele, pois o nosso corpo não terá mais a contaminação do pecado original, será um corpo incorruptível (I Co 15:53), livre do pecado e todo tipo de corrupção. Portanto, glórias sejam dadas ao Senhor!


Rev. Marcio Oliari

sexta-feira, 23 de julho de 2010

SOMOS COMO ÁRVORES

A Bíblia chama de bem-aventurados, ou seja, “felizes” aqueles que confiam em Deus e praticam a sua palavra e os compara com árvores frutíferas plantadas junto à corrente de águas. Realmente, as árvores plantadas perto dos rios revelam o caráter de um verdadeiro cristão. Suas raízes profundas que chegam até o rio, exemplificam a firmeza e a comunhão do cristão com Deus. Suas lindas folhagens, sempre verdes e agradáveis de ver, se devem à confiança no Deus da providência que nunca deixa nada faltar. Se estivesse seca ou roída por bichos, seria sinal do pecado e do afastamento de Deus. Mas elas estão sempre “crescendo” e, a cada ano, ficam mais altas. Assim como o cristão que cresce a cada dia na graça e no conhecimento de Deus (2 Pedro 3:18). Quando são adultas, essas árvores proporcionam belas sombras e muitos frutos. Também o homem e a mulher que amam e praticam a palavra de Deus são bênçãos para os outros; seus frutos são conhecidos e aprovados por todos. Como disse Jesus: “É pelo fruto que se conhece a árvore” (Mateus 17:20.) E no tempo da seca, quando o sol é muito quente e a temperatura é altíssima ou, quando o inverno é intenso e as geadas são constantes, ela permanece firme.Do mesmo modo, o cristão que confia no Senhor, nas aflições e adversidades da vida, ele é regado e confortado pelas águas do Espírito Santo; por isso, permanece firme.

Você se sente como a árvore descrita acima? Em que terreno você está plantado? Quando chegam as adversidades, como você reage? Quais os frutos que você tem produzido?
Se suas respostas não se enquadram com as características de uma árvore plantada junto às águas, peça a Deus que mude o seu coração, para que a sua vida seja transplantada para junto de Suas águas. Há esperança até mesmo para as árvores secas, cortadas e comidas por bichos, pois, ao cheiro das águas, são renovadas e tornam a brotar; assim também será a sua vida, quando regada pelas águas do Senhor, será bem-aventurada!
Rev. Marcio Oliari